Seccionando

Estava já sentado em pensamentos de amanhã quando recebi a notícia: ia para Ankara com escala em S. Pedro do Sul.
-Bolas! - devem estar a gozar comigo.
Entre sinapses pensei, arrumei a mala e segui. Vesti o blazer que não dormiu na longa noite de ontem, mais longa que anteontem e fui.
A viagem foi só o aperitivo.
Foi estranho estar no meio de desconhecidos tão íntimos e relacionáveis que até julguei estar a ser alvo das emoções etílicas de sábado à noite.
Então as conversas sequenciadas pela batuta de destinos diferentes; o medo imperativo de um e de todos juntamente com os meus criou o envolvimento ao ponto de, minutos depois, já disparar uma afeição de anos de segundos contados.
Não é fácil verificar uma convergência de espíritos pelo que fiquei grato por ter tentado fazer parte dela.
Nos momentos que finalizavam as palavras que passaram filosofias e poetas, tristezas e condescendências, lutas e órgãos, viagens de destinos e projectos de expectativas pude perceber alguns recortes de humanidade que faziam e fazem deste grupo grande. Grande como voluntários (ou voluntariosos? Nunca sei ;) ).
Convenceram-me ainda mais que vale a pena senti-me feliz por ainda ser ignorante o suficiente para poder admirar, aprender e apreender como pudesse a coragem que achei ,honestamente, não estar implícita.
Nos minutos de musica e respiração que as horas contam foi essa a conclusão.
Espero que a sorte esboce o vosso caminho assim como espero que o caminho se encontre com o meu: a Europa espera por meus amigos.
Um abraço egocêntrico, eventualmente perfeito, no sentido mais latente da palavra.